O Final do ano costuma ser uma época de celebração e alegria, mas para muitas pessoas, também pode ser um período de ansiedade e estresse. A Síndrome do Final de Ano é um fenômeno reconhecido que se refere ao aumento da ansiedade à medida que o ano chega ao fim.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil possui a maior taxa de ansiedade do mundo, com cerca de 9,3% da população afetada por esse transtorno.
Entendendo a Ansiedade
A ansiedade é uma condição comum que se manifesta como uma sensação de nervosismo, preocupação ou desconforto. Ela pode variar desde um quadro de ansiedade generalizada até a síndrome do pânico e fobias.
Apesar das diferentes características desses transtornos, todos eles estão relacionados à presença de angústia e disfunção associadas à ansiedade e ao medo. Os sintomas da ansiedade podem variar de pessoa para pessoa, tornando-a uma condição complexa de se compreender.
Alguns dos sintomas mais comuns incluem inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular, palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alterações nos hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito e dores musculares.
O Poder do Final de Ano na Intensificação da Ansiedade
A ansiedade tende a se intensificar no final do ano, e isso não é por acaso. Pesquisas mostram que o nível de estresse dos brasileiros aumenta em média 75% próximo a épocas festivas.
A cultura brasileira muitas vezes romantiza a ideia de que o final do ano deve ser um período mágico, associando-o ao encerramento de ciclos e à necessidade de vitória. Essa combinação de festividades e expectativas pode acentuar a ansiedade em algumas pessoas e aumentar os casos de estresse e depressão.
A narrativa do final de ano, juntamente com as celebrações idealizadas vistas na mídia social, pode levar à sensação de insuficiência, reforçando a Síndrome do Final de Ano.
Essa síndrome é caracterizada pela pressão significativa de recriar as festas retratadas em filmes e comerciais, atendendo às demandas sociais e familiares que muitas vezes se transformam em expectativas inatingíveis e se tornam um fardo emocional.
Fatores que Contribuem para a Ansiedade no Final de Ano
Existem diversos fatores que podem contribuir para a ansiedade no final do ano. Alguns desses fatores incluem:
Cobrança por presentes e falta de dinheiro
A obrigatoriedade de presentear familiares e amigos pode gerar estresse financeiro, especialmente quando há dificuldades em arcar com esses gastos.
Obrigatoriedade de confraternizar com familiares
A pressão para participar de confraternizações familiares pode gerar ansiedade em algumas pessoas, especialmente quando há conflitos ou expectativas não atendidas.
Saudade de pessoas que já faleceram
O final do ano pode ser uma época de lembranças e saudade de entes queridos que já partiram. Esses sentimentos podem intensificar a sensação de ansiedade e tristeza.
Necessidade de felicidade e gratidão
As expectativas de felicidade e gratidão durante as festividades podem criar uma pressão emocional, levando a sentimentos de ansiedade caso essas expectativas não sejam atendidas.
Expectativas de janeiro comparadas à realidade de dezembro
Muitas pessoas têm altas expectativas para o próximo ano, esperando conquistar metas e objetivos. Comparar essas expectativas com a realidade do final do ano pode gerar ansiedade e frustração.
Comparações e culpa por coisas não realizadas
O final do ano muitas vezes é um momento de reflexão sobre o que foi alcançado ao longo do ano. Comparar-se com outras pessoas e sentir-se culpado por não ter alcançado determinados objetivos pode gerar ansiedade e estresse.
Estratégias Eficazes Para Lidar Com a Síndrome do Final de Ano
Para lidar com a ansiedade no final do ano, é fundamental reconhecer que a realidade raramente coincide com as imagens idealizadas.
Aceitar que os momentos imperfeitos também têm seu valor e compreender que muitas coisas não dependem apenas de nós mesmos são os primeiros passos para reduzir a ansiedade.
1. Reconheça suas conquistas
Ressalte os aspectos positivos, as vitórias e os acontecimentos bons ao longo do ano. Isso aumentará sua autoestima e despertará a sensação de contentamento e bem-estar.
2. Gerencie as expectativas da família
As expectativas da família em relação aos planos que deram certo ou não ao longo do ano são apenas deles. Não deixe que essas expectativas gerem frustração, culpa ou sensação de fracasso em você.
3. Avalie o impacto na saúde mental
Antes de participar de uma confraternização, avalie o impacto que isso terá na sua saúde mental. Trabalhe para ignorar situações estressantes ou não atribua a elas a importância suficiente para estragar a comemoração.
4. Busque ajuda profissional
Se a ansiedade se tornar constante e impactar negativamente seu bem-estar e qualidade de vida, é importante buscar auxílio especializado de um profissional cadastrado no Conselho Federal de Psicologia. Terapias e tratamentos adequados podem oferecer alívio e ajudar você a retomar o controle da sua vida.
5. Faça o teste de nivelamento de ansiedade
Caso esteja incerto sobre a gravidade da sua ansiedade, você pode realizar testes de nivelamento, como o da Escala de Ansiedade Generalizada-7 (GAD-7). Esses testes podem oferecer uma primeira abordagem para avaliar o nível de ansiedade e podem orientar a decisão de buscar ajuda profissional.
Conclusão
Lembre-se de que lidar com a ansiedade no final do ano é um processo individual. Não existe uma abordagem única ou uma receita milagrosa. É importante adaptar essas estratégias às suas necessidades pessoais e encontrar o que funciona melhor para você.
Seja gentil consigo mesmo, celebre suas conquistas e lembre-se de que é normal sentir-se ansioso em determinados momentos. Com as estratégias certas e o suporte adequado, você pode reduzir o estresse e aproveitar as festividades com mais tranquilidade e bem-estar.
Não deixe que a ansiedade atrapalhe seu final de ano. Cuide de si mesmo e desfrute dessa época de celebração com leveza e alegria.
Com Carinho;
Juliana Faissola
Explorando os caminhos da vida aos 40, esta mulher apaixonada por descobertas busca incessantemente qualidade e bem-estar. Enfrentando a ansiedade, encontrou na terapia uma fonte de luz e equilíbrio. Amante da leitura, fotografia, cachoeiras e terapias alternativas, acredita no poder transformador da autodescoberta. Convida a todos a se juntarem a ela nessa jornada de autoconhecimento, celebrando as maravilhas da vida com leveza e sorrisos
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